OLHAR DE CACIMBO



... porque nenhuma visão é neutra, porque o turvo precisa ser dito, ainda que maldito, antes que se perca em escuridão.










quarta-feira, 13 de maio de 2015

o guardador do nada

O encontramos no meio do nada, na beira de uma das estradas que leva a outra parte do nada, lá pra bandas de depois de Açucareira, pro lado das antiguas plantações de cana da fabrica Tentativa.

Não conseguiamo dialogar muito com ele porque ele não tinha esse hábito, ali passava seus dias, completamente e isolado e solitário. Sua função, se entendi bem, era de guardar aquelas terras. Ele tinha uma carabina e uma pequena cabana feita com galhos de árvores coberta de plásticos que devia ser sua casa. Do lado de dentro da cabana tinha um lugar para fazer fogo e uma chaleira. 
 
Não sei como dormia, como comia, como conseguia água, como sobreviria...

Na tarde antes de partir de Angola fomos lá deixar-lhe o nosso colchão e tiramos uma fotinho dele para nossa memória.


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